Uma jovem de 18 anos denunciou ter sido torturada e estuprada por três policiais militares após uma abordagem em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Ela teria denunciado o caso na quarta-feira (26), mas os agentes devem ser ouvidos pela Polícia Civil na tarde da sexta (28).
De acordo com o advogado da vítima, Tiago Camarinha, a jovem estava com uma amiga em um bar em Bacaxá e, no local, também estavam outros três rapazes.
Quando a viatura dos policiais do Programa Estadual de Integração na Segurança (PROEIS) se aproximou, os homens fugiram do local deixando para trás certa quantidade de drogas. As jovens teriam sido questionadas pelos policiais sobre quem eram os rapazes e foram levadas até a viatura para prestar esclarecimentos.
O advogado conta que, a princípio, os policiais foram até o DPO de Saquarema, mas não desceram da viatura, partindo em seguida para a Reserva de Vilatur, uma área mais isolada e deserta de Saquarema.
As jovens alegam que, no local, foram questionadas e pressionadas a informar quem eram os rapazes que fugiram do bar. Em um certo momento, ainda de acordo com o advogado, um dos policiais se afastou levando a jovem de 18 anos para longe dos demais policiais e da amiga, e com uma faca teria forçado a jovem a manter relações sexuais com ele por cerca de 20 minutos.
As jovens contam que passaram cerca de três horas sob poder dos policiais e que depois disso foram liberadas próximo ao local onde foram abordadas. Com medo, procuraram a delegacia de Araruama (118 DP) onde registraram a ocorrência e foram encaminhadas para a UPA da cidade e depois para o IML de Cabo Frio. Ela teria apresentado sangramento na região genital por várias horas.
Ainda de acordo com o advogado, o caso está sendo investigado em uma parceria entre as delegacias de Araruama e Saquarema. O exame de corpo delito, de acordo com ele, deu positivo para a violência sexual.
Em nota, a Prefeitura de Saquarema, responsável pelo Proeis, informou que está tomando as medidas administrativas e que a Secretaria de Segurança e Ordem Pública forneceu à Polícia Civil toda a escala de serviço do dia e a escala de cada viatura.
As informações de GPS das viaturas e as imagens do Centro de Videomonitoramento da cidade também foram disponibilizadas para a delegacia. O município disse, ainda, que comunicou o caso para a coordenadoria estadual do Proeis, o comando do 25º Batalhão e o Comando Geral da Polícia Militar.
A Polícia Militar, através de nota, informou que o Comando da Corporação já identificou os três policiais suspeitos de envolvimento no caso e eles estão sendo convocados para prestar depoimento à Polícia Civil.
A PMERJ disse ainda que a coordenação do Programa Estadual de Integração na Segurança (CPROEIS) instaurou um procedimento apuratório para investigar o episódio, assim como a 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), que é submetida à Corregedoria da Polícia Militar, e já está acompanhando o caso.
